terça-feira, 21 de outubro de 2008

Feito para quebrar...

Vocês já observaram que hoje em dia as coisas são feitas para quebrar? Houve uma época em que os objetos duravam, mas isso já era! Do telefone celular às peças de automóveis, tudo hoje é tão frágil, que dá medo de tocar, pois pode quebrar... E quebra!


Neste tempo de descartabilidades (nem sei se esta palavra existe), tem que ter dinheiro, senão já viu! E haja dinheiro para repor aquilo que quebrou! E nesse ritmo, toca a fabricar coisas. Não me deterei aqui falando sobre como o processo de industrialização desenfreada é prejudicial para o planeta e, obviamente, para nós também, não falarei tampouco sobre o consumo cego, menos ainda sobre como nós mantemos esse sistema funcionando. Deixo esse tópico para a auto-análise.


Nostalgias à parte, lembro-me perfeitamente de coisas que tinha e que foram feitas para durar, a exemplo do meu par de patins, da marca Bandeirantes; plataforma simples de amianto, regulável, com tiras para prender os pés. Não tirava o brinquedo por nada, nem por comida grátis! Dos 8 aos 16 eu usei os benditos patins em tempo semi-integral. Sem exageros! Só não ia pra escola e nem dormia com eles, porque não me deixavam. Durou, durou, durou até que acabou, naturalmente! Quando ganhei um par novo, desta vez um roller, não durou 1 ano... Até hoje sonho com meu velho e bom par de patins!


Tudo bem, coisas quebram mesmo, mas boa parte das coisas que compramos atualmente é capaz de quebrar mesmo antes que você possa dizer as palavras:
Que legal esse negócccc... Poxa quebrou!

Experiências de campo:


Aparelhos de som: Aperte o botão do open disc e dê tchauzinho para o CD. O aparelho estava com fome.


Aparelhos de telefone: Converse bem durante meia hora com seu amigo até a ligação começar a picotar e parecer estar sendo feita da China. Olhe atrás do aparelho e verá escrito: Made in China.


Persianas, minhas favoritas: No primeiro dia abra uma vez, feche uma vez, suba uma vez, abaixe uma vez, só para testar. No segundo dia suba as benditas para entrar sol e tente fechar...


Panelas: Faça um caldo, tire a tampa para experimentar a iguaria. Fica o pegador na mão e a tampa na panela.


Isqueiro de carro: Precisa falar?


Caixinha de Cd: Se cair, quebrará, rachará ou perderá os pininhos de suporte para o Cd!


Controle remoto: Remoto onde? Acho que vem quebrado de fábrica. Só funciona a 50 cm de distância, logo não é remoto!
Papa-bolinhas: Aquela maquininha de tirar bolinhas das roupas de lã. A primeira que comprei não chegou nem a funcionar, já a segunda, até o momento, vem papando bem. Vamos ver até quando.


E não é por falta de delicadeza não, hein! É que as coisas são feitas de um material qualquer que não agüenta o tranco do dia-a-dia. Tranco no bom sentido, claro!


Hoje, o que dura mesmo é a esperança de que vamos comprar coisas que durem mais do que apenas alguns meses. Mas não sei se é bom ter esperança, já que esta estava na Caixa de Pandora, portanto se fosse bom ter esperanças, o quê diacho ela estaria fazendo lá dentro?


Flô

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Tempo...


Salve!


Decidi começar esta série de postagens falando sobre o tempo.


O que é o tempo? Algumas pessoas dizem que o tempo é uma medida para facilitar a contagem dos dias, outros dizem que o tempo tem todo o tempo do mundo, e há aquelas que dizem que o tempo não existe, que é só uma ilusão do nosso tempo...


Einstein dizia que o tempo é relativo... Relativo a quê? A quem? Quando? Como? Por que? Hein?? Caetano Veloso disse em uma de suas célebres canções: "És um Senhor tão bonito, como a cara do meu filho, tempo, tempo, tempo, tempo. Vou te fazer um pedido, tempo, tempo, tempo, tempo..."


O tempo está em todas as partes: Tem a garota do tempo (da meteorologia), o tempo dos avós, o tempo da nossa infância, o tempo de vida que temos, o tempo das estrelas, o tempo verbal, o tempo de férias (sempre curto), o tempo da bateria da escola de samba, tem até a fonte do word, tempus sans...


Considerando a relatividade do tempo, este às vezes passa rápido, outras devagar, depende do quê estamos vivendo naquele tempo! Todos já passamos por momentos assim. Uma fila de banco demora uma verdadeira eternidade para andar, já um bom filme em boa companhia passa como um flash. Deram a esse fenômeno o nome de Tempo Psicológico.

Os povos da anti
güidade (deixe-me aproveitar enquanto existe trema), perceberam o tempo de muitas maneiras distintas e o contaram de formas diferentes de nós, seres da modernidade! Naquelas épocas, penso que as pessoas tinham tempo para quase tudo: Para plantar e colher, para comer e dormir, estar com os amigos, festejar a boa colheita, preparar-se para as estações, tinham tempo para falar sobre fatos importantes da comunidade...

E hoje, o que fazemos com o tempo que não temos?


Acordamos quase sempre sem tempo, em cima da hora de tomar uma ducha, engolir uma comida (quando o fazemos), levar correndo os filhos à escola, correr para o trabalho, trabalhar como loucos, com os prazos curtos, engolir novamente o almoço correndo, porque senão não sobra tempo; voltar rápido e ligeiro para o trabalho... Terminada a jornada laboral, temos muitas vezes que passar correndo no mercado e 'caçar' alguma coisa para o jantar e, cansados do dia exaustivo e corrido, queremos mais uma vez correr para a cama e enfim, dormir! Depois dizemos aos filhos: 'Não corre, menino!' Santa incoerência, Batman!


Acho que essa história de modernidade... Não sei não, hein!

As pessoas andam tão sem tempo, que nos dias dos aniversários dos amigos, preferem mandar um scrap rapidinho pelo Orkut, do que telefonar para eles, sair, vê-los...


Nesta semana, quantas vezes dissemos a alguém que estávamos sem tempo? Em nome do quê fazemos isso?


Bem, para essas questões eu tenho, e ao mesmo tempo não tenho respostas satisfatórias. Ficam aí estas palavras, que podem e devem ser completadas por outras palavras, a qualquer tempo !

Um bom tempo para todos!
Flor do México